quarta-feira, 30 de maio de 2012

A Bela e a Fera

Diálogo entre Gaston e Bela...

Gaston: -Não é direito uma mulher ler, logo começa a ter idéias, a pensar.
Bela : - Gaston, você é um homem primitivo.
Gaston: - É eu sei!
Bela : - ???

Desenho discreto, que incrusta não só a metáfora do exterior/interior, fala sobre o preconceito integrado à época, de forma vulgar e pretensiosa, ridicularizando a heroína, antes dela protagonizar o enredo principal, colocando-a, como já a frente do seu tempo, e individualizando o papel exercido pela salvação futura.
Creio que tirando o capitalismo inerente da comercialização de tal história, e retirando a americanização do habitat francês, realmente é uma história que vale a pena.

Adendo a esse escrito a bons anos:
Tendo em vista a MARCHA DAS VADIAS, ocorrida no Brasil (DF, MG, ES, RJ, SP...) pronto a declarar liberdade de exposição pra quem quer que queira expor-se. E tem-se direito a mulher ou homem que queira vestir-se, pintar-se, brilhar-se como e onde quiser, sem um pingo de medo dos outros transeuntes, que estejam dispostos a apenas admirar-se. FORA ao pré-conceito que traz mancha a qualquer bandeira e nacionalidade.
Que nós seres humanos, possamos aderir ao fato de que a liberdade é apenas o limiar do próximo.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Esvaziar


                O dom de esvaziamento é com certeza o que mais leva a vida a um caminho de leveza.
                Mas é complicado esvaziar-se quando se está cheio. Cheio de amor, cheio de ansiedade, cheio de expectativas, cheio de vida.
                Como sempre estamos na correria, nos enchemos mais e mais de besteiras, supérfluos que invadem nosso cotidiano.  E com estes esquecemos que o melhor modo de se começar algo é esvaziando-se do que já foi, bom ou não.
                Analisei isso em todos os primeiros passos da minha vida, o quanto nos prendemos a algo que foi, e quanto nos é dolorido deixar para trás algo ou alguém. Mas com certeza o importante é deixarmos, pois logo se abastece de novas cargas.
                Analisei também aos que me cercam, e percebi que é normal para alguns arrastar-se sem fim com as coisas e pessoas do passado tentando busca-los (as) e trazer para uma nova nossa realidade, conclui a pouco ou a muito, que não há mais lugar para as coisas que se vão, pois elas simplesmente foram, e não virão mais. E se vierem forçadamente, terão um único desfecho de machucar ou magoar seja proposital ou não.


Por Patricia Vanzan
patricia.vanzan@gmail.com