Ele estava a deriva, certo de que seus momentos entre céu e terra já ultrapassaram o merecido crédito dos passantes.
Como se já houvesse de tudo ouvido e de tudo amado ou desamado.
Claro que redondamente sabia-se enganado.
Mas toda a mesura dos descontentes o fazia querer pensar assim, mesmo estando assim mesmo errado.
Revirava os todos momentos de aflição, de enganação dos quais foi vítima e vitimado.
Merecidamente purgou todos os seus instintos.
Aspirou os cheiros impróprios e devassos de uma só vez, resumindo em seus segundos depressivos algo ali intrínsico no ato de se ver tão seu e claramente inteiro.
Sim a deriva, não a naufrágio.
Conversava com algum eu seu, no mais deleito.
Claro tragava alguma fumaça, de certo não teria consciência do quanto ela distorcia-o para si.
Terminou de entorna-lhe garganta a baixo algo amargo, e numa faísca de risada pensou ter começado tarde.
Deixou os trocados do consumo na mesa mesmo, ali estava já acostumado.
Alguns tempos depois, telefonemas depois, mudanças, andarilhares, sobreviveu a deriva, estando de todo inteiro.
Estava novamente a mercê de seus rompantes, romances e toda a problemática vital que o faz e fez até certo ponto contente por ser descontente.