Eu ando
tentando me conter. Mas não me conter como antes, quando tentava me conter de
euforia, ando tentando conter meu esgotamento.
Ando mais acordada do que de
costume, e apesar de não me acostumar, prefiro assim. Gosto de me sentir alerta
e é uma pena que me esgote com facilidade.
A amenização que a falta de sono
provoca (e por falta de sono, é a falta de poder tê-lo e não de não conseguir
tê-lo), traz as dores e as benções que se têm em pensar na vida.
A preservação do cansaço e a
rapidez com que geramos o nosso bem estar do dia-a-dia, gera também um acumulo
de apetrechos que me enfurece ao percebê-los meus. Não sou de toda contenção, e
vez ou outra derrubo barragens para liberar espaços.
Critico-me quando me percebo
crítica ao excesso, gosto mesmo de tentar não incomodar. Mas ao que percebo
todos precisamos de incômodos.
E hoje resumo que de certo se
tem poucas coisas na vida das quais se valha, mas a que não se vê muito ensinar
e que se é necessário aprender, é que devemos abrir os olhos para nunca nos
depararmos com a percepção de que não se vá mudar.
Por Patricia Vanzan