Por que andamos tão carentes?
Carentes de pessoas a nos idolatrar,
de amores que demonstrem em atitudes
o quão amados e respeitados somos...
Não nos basta simplesmente saber que nos amam?
Ou que já nos amaram, e nos guardam no coração
com a boa imagem de ter sido feliz,
e dando assim uma força imensurável,
para que procuremos continuar a ser a cada dia vivido?
Somos realmente hipócritas,
e aprendemos desde cedo este sentimento,
por mais aversão que ele possa causar,
convivemos com ele.
E diariamente aprendemos a tê-lo como trunfo,
que seria de grande valia se não o fosse tão inútil.
Pois ao 'hiprocrisar', enganando-nos,
verdadeiramente não há como poupar-nos de tal deslize.
Da-se assim certo gosto de pecar,
o que originalmente é o que prentendemos,
sair da ordem, da regra, da lei,
diversificar o caráter,
e apesar do tom pejorativo
de fato é agradável!
Amamos então de forma diversa,
e também transpomos horrores para esses amores.
Criticamos muito do que há em nós,
e pleiteamos suspeitas que deveriam ter-se caído,
sobre nossas carcaças a tempos atrás.
E quando se sente e se quer estar preparado,
temos amor, com o sabor verdadeiramente
implícito do sentimento.
Mas claro que para que haja
mais desafetos e pecados,
criamos dentro de nossas histórias sem fim
salpiques de verdadeiros mestres dramaturgos,
assim convivemos com amores e com o mundo
vivente nosso,
aprendendo a desrespeitar e respeitar,
ao saber que pode-se ser de tudo um pouco
sobre a condição humana
e do mesmo ponto de vista
traído e traidor.